Não é difícil ver muitos vídeos rodando pela web onde pessoas estão conectadas em seus celulares esquecendo do entorno. Inclusive, deixando de viver momentos maravilhosos em prol das redes sociais.
Comumente, é quase banal chegar em algum barzinho e ver maioria das pessoas em seus celulares e deixando de aproveitar o momento. Aliás, esse movimento das redes sociais digitais se estende para as relações, elas mudaram, surgiu então a era do cancelamento.
Era esta que prega que tudo deve girar em torno da perfeição, o que é totalmente impossível, desrespeitoso e desumano. Falando de relações sociais, não podemos deixar de falar de Big Brother que se trata de um experimento social.
A era do cancelamento se estende, inclusive, aos realitys shows. No BBB todos os anos uma lista imensa de cancelados deixam o reality. E muitas vezes, a contenção de danos à imagem leva anos para funcionar. Um cenário no mínimo cruel.
Fernanda, do BBB24, se mostrou como a grande anti-heroína da edição. De uma inteligência inigualável, a nossa anti-hero conseguiu a simpatia dos seguidores que a denominaram como “loba”.
Aliás, nada mais humano do que ser a Nanda do BBB. No jogo, a confinada mostra suas fraquezas, vulnerabilidades e lutas. E a vida é assim, um caminho que vai indo e que, por muitas vezes, merece uma pitada de deboche e até um pingo de sagacidade, afinal é preciso sobreviver.
Tocou bastante a este autor que vos escreve quando nada contou sobre seu relacionamento passado, a Loba afirmou que estava tudo perfeito, quando simplesmente ele sumiu. Fernanda nos mostra que merecemos a chance de sermos reais.
Bancar a própria solitude é um papo que dá muito trabalho. Em toda sua saga na casa mais vigiada do Brasil, Nanda representa alguns milhares de brasileiros que já sofreram nos percalços, principalmente causados por pessoas externas e joga toda a sua força no seu objetivo.
E foi assim que o país vibrou quando ela foi direta no sincerão: “O meu objetivo é maior que o seu e vice-versa”. A Loba é a heroína possível, a que chora, é benevolente e debochada em algumas situações (aliás, a vida pede isso).
A Nanda foi um ato de libertação, inclusive para este autor. Num mundo que cobra uma perfeição inexistente, isso sob o manto da censura, torcer pra Nanda é reafirmar que somos humanos e contamos com todas as nuances de sermos reais.