O Globo Repórter desta sexta-feira, 01/11/2024, visitará a história de Machado de Assis, ícone da literatura brasileira, que nasceu há 185 anos no Morro do Livramento, na cidade do Rio de Janeiro.
Filho de um brasileiro com uma açoriana, foi o principal fundador da Academia Brasileira de Letra, no ano de 1896, e deixou um vasto legado em obras, que até hoje faz parte do cotidiano dos brasileiros. Para mostrar sua grande importância na literatura brasileira, o Globo Repórter vai revisitar sua vida e obra, a partir do olhar do século XXI.
O jornalista Rogério Coutinho, vai mostrar como um homem do século XIX, que superou diversos preconceitos e se tornou um dos escritores de todos os tempos, que inspirou tantos jovens a irem atrás de seus sonhos e buscarem energias nas palavras e construção de histórias.
Morador do Morro do Castro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, o jovem Lucas Luciano, de 20 anos, falou ao programa sobre como Machado de Assis lhe traz inspiração. O jovem tem um livro publicado que retrata o lugar onde nasceu e vive até hoje.
Como o ator, diretor e professor Clayton Nascimento, que se tornou o jovem brasileiro mais jovem a vencer o Prêmio Shell de Teatro, com o monólogo ‘Macacos’. Na peça, ele aparece rabiscado e sem camisa, onde fala sobre os episódios de racismo ocorridos desde a fundação do Brasil, até hoje, com relatos protagonizados, por Machado de Assis.
Clayton revelou ao repórter Rogerio Coutinho, sobre seu amor à literatura. “Eu sou filho de bolsas, mas só estudei em escola pública. Minha primeira escola, ainda no ensino infantil, era chamava Emef Machado de Assis, no Jabaquara. E anos depois eu vim descobrir a potência e a importância do bruxo do Cosme Velho. Se não tivéssemos Machado abrindo caminhos, trazendo a importância da literatura brasileira, do saber articular as palavras, não sei se teríamos ‘Macacos’. Ter um dos nossos ícones sendo uma pessoa preta, que nasceu na favela do Livramento, com pai pintor e mãe lavadeira, é um mar de esperança e de possibilidades”, contou.
Na Rocinha, uma das maiores favelas do Brasil, Tatiana Lima comanda um jornal comunitário. A jovem contou ao repórter Rogerio Coutinho, que seu interesse só cresce ano após ano sobre Machado de Assis. Eu também escrevo crônicas, edito um jornal, quem sabe um dia eu também possa escrever um livro?”.
No Méier, Zona Norte do Rio, Ivan Costa cuida de um espaço de literatura, arte, cultura e resistência, com grande influência na garra de Machado. O jogador de Futebol Gustavo Scarpa, com mais de 1,3 milhão de seguidores, se tornou uma referência de leitura. O atleta já leu mais de 100 livros e conta como esse hábito foi fundamental para relaxar e ganhar conhecimento. O seu livro preferido é Dom Casmurro.
A história de Machado de Assis foi contada em formato de samba-enredo. Ao Globo Repórter, Martinho da Vila como fez para anexar e trazer referências de Machado para compor o samba de 1959, da escola Aprendizes da Boca do Mato e revela que neste momento que nasceu o seu interesse pelo autor. Martinho, além de cantor e compositor, escreveu mais de 21 livros, um deles, homenageia a sua mãe, dona Teresa, que se chama ‘Memórias Póstumas de Teresa de Jesus’.
No mês de maio deste ano, uma americana viralizou ao tecer elogios ao livro ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’. Tudo isso, fez com que a obra de 1881 entrasse na lista dos mais vendidos do ano de 2024.
“O ‘Globo Repórter’ desta sexta é uma grande viagem entre o passado, o presente e o futuro, porque a gente ainda vive Machado de Assis e sente ele presente nas obras que escreveu e nas pessoas que ele inspira. Vamos contar a história de pessoas incríveis que têm, de alguma forma, uma inspiração no escritor e que acreditam no estudo, na educação e na transformação de vida por conta da leitura. Ainda, vamos trazer, uma questão muito importante de que o Machado de Assis foi embranquecido por muitos anos e agora a gente sabe que ele era um escritor negro um artista negro e que foi muito inteligente ao conseguir se posicionar e fazer críticas nas suas obras, parecendo já imaginar que esses documentos ficariam na história e fariam parte das rodas de conversa. Machado tem um conteúdo que a gente precisa consumir”, afirmou o repórter.