Saiba qual é o livro brasileiro mostrado no dorama ‘Hometown Cha Cha Cha’

Hometown Cha Cha Cha (Foto: divulgação Netflix)
Hometown Cha Cha Cha (Foto: divulgação Netflix)

O dorama Hometown Cha Cha Cha lançado em 2021 mistura romance e leveza em um cenário litorâneo, apresenta logo nos primeiros episódios uma homenagem ao Brasil, por meio de uma citação literária associada à bandeira verde e amarela. Esse momento transformou a trama em algo ainda mais especial para os fãs nacionais, que já acompanhavam a obra pela plataforma de streaming.

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Vale lembrar que a relação entre Brasil e Coreia do Sul já vem sendo construída há anos. Esse intercâmbio cultural ganhou força com a chamada Hallyu, a Onda Coreana, que ultrapassou fronteiras e conquistou milhares de brasileiros. Hoje, tanto os doramas quanto o k-pop fazem parte da rotina de muitos fãs no país, que se tornaram consumidores fiéis da cultura sul-coreana.

Conexões culturais além da música

Esse interesse, no entanto, não acontece apenas em uma direção. Muitos idols de k-pop já demonstraram apreço pela música brasileira, chegando a interpretar versões de sucessos nacionais e até mesmo gravar parcerias oficiais. Um dos exemplos mais recentes foi “Mexe”, colaboração de Pabllo Vittar com o grupo NMIXX, que uniu português e coreano em uma única faixa. Essa troca de experiências mostra como os dois países dialogam também no campo artístico.

Em Hometown Cha Cha Cha, essa ponte se revela de forma diferente. A narrativa acompanha Yoon Hye Jin (Shin Min Ah), uma dentista que abandona a rotina na cidade grande e decide se instalar em um pequeno vilarejo costeiro para recomeçar a vida profissional. Lá, ela conhece Hong Du Sik (Kim Seon-ho), um homem prestativo que sempre ajuda a comunidade. Entre os primeiros pacientes da clínica, aparece uma criança que, durante a consulta, menciona ter como livro favorito o clássico brasileiro “Meu Pé de Laranja Lima”, escrito por José Mauro de Vasconcelos.

O sucesso de Meu Pé de Laranja Lima na Coreia

Publicada originalmente em 1968, a obra ultrapassou fronteiras ao ser traduzida para 52 idiomas. Na Coreia do Sul, tornou-se leitura obrigatória para alunos da 5ª série do Ensino Fundamental, conquistando gerações de jovens leitores. O título também foi adaptado para o formato de manhwa, nome dado às histórias em quadrinhos sul-coreanas, recebendo edições em 2003 pela CheongNyeonSa e em 2011 pela Dongnyok Publishers, segundo informações do Centro Cultural Coreano.

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A narrativa apresenta Zezé, um menino sonhador que enfrenta dificuldades financeiras ao lado da família no bairro de Bangu, no Rio de Janeiro. Para lidar com a realidade dura, ele cria um universo de fantasia e encontra no pé de laranja-lima, apelidado de Xururuca, um amigo e confidente.

A influência do livro chegou até a música. A cantora IU fez referência à obra em 2015, na faixa “Zezé”, presente no mini-álbum Chat-Shire, reforçando a força desse clássico brasileiro no imaginário cultural sul-coreano.

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