BBB 26 aposta em dinâmica parecida com A Fazenda para tentar se reinventar

BBB (Foto: Reprodução)
BBB (Foto: Reprodução)

As novidades anunciadas pela Globo para o Big Brother Brasil 26 nesta segunda-feira (29) dividiram opiniões. Embora apresentadas como um sopro de inovação, muitas delas soaram familiares ao público mais atento de realities. A principal atração, o chamado “laboratório”, despertou comparações imediatas com mecanismos já usados em A Fazenda, da Record.

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Segundo a descrição, o laboratório servirá como uma espécie de pré-jogo. Nele, candidatos passarão por dificuldades antes de, eventualmente, conquistar um espaço na casa principal. O recurso remete tanto à “baia”, local onde os peões de A Fazenda convivem sem confortos básicos , quanto ao “paiol”, famoso por isolar participantes e submetê-los à decisão do público sobre quem deveria, ou não, integrar o elenco oficial.

O diferencial no BBB, pelo menos até agora, é a proposta de substituição. Em vez de abrir espaço para um participante extra, o laboratório permitirá que o público troque um dos brothers já escolhidos. Ou seja, o jogo começa, mas nada garante que todos os confinados permanecerão na disputa.

Dinâmica de substituição já é conhecida no reality rural

Embora pareça ousado, o recurso não é exatamente inédito. A Fazenda já utilizou a estratégia de manter pessoas de stand-by para uma eventual entrada no elenco. Rafael Ilha, por exemplo, chegou a cumprir esse papel antes de conquistar vaga definitiva. Mais recentemente, nomes como Carolina Lekker e Matheus Martins só entraram no reality após uma votação no site oficial, que atendeu ao pedido do público.

Na prática, o que a Globo prepara é uma reformulação de algo que a concorrência vem explorando há anos. O diretor Rodrigo Carelli transformou o paiol e suas variações em marcas registradas da Record. Agora, Boninho aposta em um conceito semelhante, apenas ajustando a forma como o público interfere no jogo.

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Globo busca reverter a má fase do BBB

O uso de uma “sala de controle” digital, apresentada como outra inovação do BBB 26, também ecoa a experiência da Record, que já oferece esse tipo de interação desde 2018. A diferença é que a Globo tenta inserir o recurso como parte de um plano maior: recuperar a força do reality após uma temporada considerada a mais fraca de sua história.

Se por um lado a inspiração em A Fazenda pode soar como falta de originalidade, por outro deixa claro o desespero da emissora em reconquistar a audiência. O BBB já foi um fenômeno cultural, mas perdeu fôlego nos últimos anos. Agora, ao adotar ideias de sua principal concorrente, a Globo assume que precisa arriscar.

No fim das contas, o BBB 26 surge como um “tudo ou nada”. A emissora aposta em fórmulas já testadas para devolver ao programa o status de fenômeno que um dia ocupou. A dúvida é se o público comprará a novidade ou apenas reforçará as comparações com A Fazenda.

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