A curiosa conexão entre “Hometown Cha Cha Cha” e um clássico da literatura brasileira

Hometown Cha-Cha-Cha - Reprodução: Netflix.

Sabia que o Brasil foi lembrado em um dos doramas mais queridos da Netflix? Em “Hometown Cha Cha Cha”, um detalhe passou despercebido por muitos, mas encantou os fãs brasileiros mais atentos: logo nos primeiros episódios, há uma menção direta a um livro nacional — o clássico “Meu Pé de Laranja Lima”, de José Mauro de Vasconcelos. A referência, além de inesperada, reforça a troca cultural crescente entre Brasil e Coreia do Sul.

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Na trama, a dentista Yoon Hye Jin (Shin Min Ah) deixa a vida agitada de Seul para abrir uma clínica em um vilarejo litorâneo. Lá, entre atendimentos e novos amigos, um momento simples se destaca: ao conversar com uma criança, ela descobre que o livro favorito do menino é “Meu Pé de Laranja Lima”. A citação é breve, quase um aceno carinhoso ao Brasil dentro de uma das produções coreanas mais populares da Netflix.

O sucesso do livro no outro lado do mundo

Lançado em 1968, “Meu Pé de Laranja Lima” atravessou fronteiras e virou leitura obrigatória nas escolas da Coreia do Sul para alunos da 5ª série. Traduzido para mais de 50 idiomas, o romance comoveu gerações ao contar a história de Zezé, um menino sonhador do Rio de Janeiro que transforma um pé de laranja-lima em seu confidente e melhor amigo.

O sucesso foi tanto que o livro ganhou versões em manhwa — os quadrinhos sul-coreanos — publicadas em 2003 e 2011, ampliando ainda mais seu alcance entre os jovens leitores asiáticos.

De Zezé à IU: a influência continua

A admiração dos coreanos pela obra é tamanha que chegou até à música. Em 2015, a cantora IU fez uma homenagem direta ao livro na faixa “Zezé”, parte do mini-álbum Chat-Shire. A canção reforçou o impacto duradouro da história de José Mauro de Vasconcelos — que, mesmo escrita há mais de meio século, continua ecoando entre culturas e gerações.

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Mais do que uma simples referência em um dorama, a presença de “Meu Pé de Laranja Lima” em “Hometown Cha Cha Cha” simboliza o quanto a arte pode unir mundos distantes. Em meio à ascensão da cultura coreana no Brasil, é bonito ver que o intercâmbio é recíproco — e que uma história nascida no subúrbio carioca continua emocionando leitores do outro lado do planeta.

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