O Papa Francisco, que faleceu na manhã desta segunda-feira, 21 de abril, tinha alguns gostos em sua vida privada, inclusive, no mundo musical. Durante uma audiência com sacerdotes da Penitenciária Apostólica, o papa revelou, na época, que não entendia de música pop, o que gerou muitas risadas dos padres presentes no local.
A fala veio após Francisco comentar sobre uma ópera teatral que viu sobre a parábola do filho pródigo do evangelho. “Eu vi uma ópera pop há uns três ou quatro anos com um desses grupos musicais de jovens de hoje… com essa música que eu não entendo, mas que dizem que é bonita”, disse o religioso brincando.
VEJA TAMBÉM
A peça foi encenada em 2016, por um grupo de 14 presos de uma cadeia de Milão, e foi um desejo de Francisco para fazer parte do Jubileu do Prisioneiro.
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, era um apaixonado por música clássica e chegou a ser flagrado saindo de uma loja de discos de Roma. O local era muito visitado pelo líder da Igreja Católica, quando ele se dirigia à capital da Itália, mesmo quando ele atuava em Buenos Aires.
“Não sei cantar, mas gosto de ouvir”
Durante sua dedicação ao cristianismo, Francisco falou sobre seus gostos musicais. Com sua mãe, aprendeu a estimar a lírica. “Não sei cantar, mas gosto de ouvir”, disse o Papa falando aos participantes do 40° Congresso Internacional dos “Pueri Cantores”, em dezembro de 2015.
“Quando eu era criança — nós somos cinco irmãos — quando éramos pequenos, a mãe, ao sábado, às duas da tarde, fazia-nos sentar diante do rádio para ouvir. E que ouvíamos? Todos os sábados era transmitida uma obra [lírica]. E a mãe ensinava-nos como era aquela obra, explicava: — Ouçam como canta — e quando eu era criança sentia o prazer de ouvir cantar.
O canto educa a alma
Para o papa, o canto educava a alma. “Santo Agostinho diz uma frase muito bonita. (…) Diz assim: ‘canta e caminha’. A vida cristã é um caminho, mas não é um caminho triste, é um caminho jubiloso”.
“Et Incarnatus est” da Missa em Dó menor de Mozart era a preferida de Francisco. “É insuperável: leva-o a Deus! Mozart preenche-me: não posso pensá-lo, devo ouvi-lo”, chegou a dizer em entrevista ao jornalista Antonio Spadaro no início do seu pontificado. As Paixões de Bach também foram memoradas pelo líder da Igreja Católica. A ária que ele mais gostava era é “Erbarme dich, mein Gott”. Que frisou como “sublime” o pranto de Pedro da Paixão segundo São Mateus.
