A Justiça do Estado de São Paulo decretou nesta segunda-feira (3) a falência da Editora Três. O tradicional grupo de comunicação responsável por publicações emblemáticas como as revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro. A decisão foi motivada pelo descumprimento reiterado do plano de recuperação judicial aprovado em 2022. Ele visava reestruturar dívidas estimadas em R$ 200 milhões.
A decisão também bloqueia os ativos financeiros da empresa falida, como contas bancárias e imóveis.
Nos últimos meses, jornalistas enfrentavam uma situação dramática. Com cerca de 50 funcionários e pouco mais de duas dúzias de jornalistas, quase todos atuavam como PJs, sem nenhum tipo de contrato formal.
Contexto da crise
A Editora Três, fundada em 1976, já enfrentava dificuldades financeiras agravadas pela migração de leitores para plataformas digitais e pela queda no mercado publicitário. Em 2022, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, mas, segundo o magistrado, “não demonstrou capacidade de honrar compromissos financeiros. Nem apresentou propostas viáveis para reverter o quadro”.
A falência coloca em xeque o futuro das marcas sob o guarda-chuva da editora, incluindo a IstoÉ, uma das principais revistas de atualidades do país, e a IstoÉ Dinheiro, referência em economia. Funcionários e colaboradores aguardam definições sobre direitos trabalhistas e possíveis negociações para preservação dos veículos.
Especialistas apontam que o caso reflete a crise estrutural do setor de mídia impressa, que perdeu 48% de seu faturamento entre 2019 e 2023, segundo a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER). A decisão não afetou a Três Comércio de Publicações, empresa do mesmo grupo, que segue operando normalmente.