Gravações de Marília Mendonça geram briga entre família e empresários

Marília Mendonça (Reprodução: Instagram)
Marília Mendonça (Reprodução: Instagram)

O empresário Wander Oliveira, que cuidou da carreira de Marília Mendonça, revelou a existência de um material inédito deixado pela cantora. Segundo ele, a artista teria deixado um pen drive com músicas capazes de sustentar lançamentos por mais de duas décadas. A descoberta, no entanto, acabou se tornando motivo de disputa entre empresários e familiares da rainha da sofrência.

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De acordo com Wander, o conteúdo do dispositivo não se limita apenas a composições conhecidas. Trata-se de registros pessoais, versões acústicas e até faixas inéditas que percorrem diferentes fases da trajetória de Marília. “A ideia é trabalhar 10 músicas por ano. Existem coisas para 20 anos, com folga”, disse o empresário.

O conteúdo do material

O pen drive conta com algo entre 100 e 110 arquivos, incluindo rascunhos de letras, registros feitos apenas com voz e violão, além de composições próprias e interpretações de canções de outros artistas. Uma fonte próxima, que chegou a ouvir parte do material, chegou a afirmar que existe uma música considerada uma das melhores de toda a carreira da cantora.

Desde a morte de Marília, em novembro de 2021, a gestão de seu acervo musical ficou dividida entre três grupos. A família, representada por sua mãe Ruth Dias e por Murilo Huff, pai de Léo, filho único da artista, hoje com cinco anos. A gravadora Som Livre, que tem os direitos comerciais do repertório gravado em vida desde um contrato fechado em 2019. E a Workshow, empresa comandada por Wander Oliveira, que gerencia a carreira da cantora.

Apesar da união em torno de preservar o legado de Marília, nem sempre há consenso. No início deste ano, por exemplo, a família decidiu lançar um dueto virtual entre Marília e Cristiano Araújo, falecido em 2015. A faixa escolhida foi “De Quem É a Culpa?”, recriada digitalmente. A decisão, no entanto, não contou com o apoio do empresário. “Como [a vontade] era da família, eu não achei prudente não autorizar. Mas, se tivessem me perguntado, eu não gostaria que tivesse sido feito”, disse Wander.

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Impasse sobre o futuro das músicas

O empresário afirmou ainda que sua intenção sempre foi destinar o conteúdo do pen drive ao filho de Marília. “Para mim, o pen drive pertence ao Léo. Eu gostaria que, no momento em que ele tivesse entendimento, fosse entregue para ele, para fazer o que quiser. Isso é a história da mãe dele. Então, ficou entendido que os meus 50% seriam doados para o espólio. Mas, duas semanas depois, o advogado da família estava na Som Livre negociando o pen drive”, afirmou.

O andamento das negociações encontra-se paralisado. Segundo o advogado da família, Robson Cunha, há uma razão específica para a demora. “O Murilo obrigatoriamente precisa assinar todos os contratos que envolvem o Léo, o que ainda não aconteceu. Mas eu acredito que em breve deve acontecer, e aí nós teremos novos lançamentos da Marília”, disse.

Até o momento, nem Murilo Huff nem Ruth Dias se manifestaram publicamente sobre a questão. Já a Som Livre informou, em nota, que permanece sendo a gravadora exclusiva de Marília Mendonça, e destacou: “Todos os projetos foram e continuarão sendo idealizados em conjunto com o escritório representante da artista e sua família, sempre com profundo respeito à memória e ao legado de Marília”.

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