Maria Zilda fala sobre processo contra a Globo: ‘Apropriação indevida’

Maria Zilda fala sobre direitos autorais em novelas (Reprodução: RedeTV!)

Maria Zilda Bethlem revelou o motivo por que decidiu entrar na Justiça contra a TV Globo, emissora na qual trabalhou por mais de 40 anos, por discordar dos valores pagos pelas reprises e reexibições de novelas nas quais atuou.

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A atriz criticou o canal e afirmou que a Globo tem lucrado bastante com seus antigos trabalhos sem prestar contas de tudo. “O que a Globo faz é se apoiar na força dos contratos para perpetuar uma lógica de apropriação indevida: ela se apossou dos meus sucessos antigos e segue lucrando com eles”, disse em entrevista ao F5.

De acordo com Maria Zilda, os contratos assinados na época em que gravou as telenovelas não previam a exploração das obras em plataformas digitais, como o Globoplay ou canais como Globoplay Novelas, antigo Viva. “Não existia streaming nem TV paga nos moldes atuais”, disse.

Ela também acabou citando a Lei nº 6.533/78, que entrou em vigor em boa parte de sua carreira e que proíbe a cessão perpétua de direitos autorais, além de determinar o pagamento de remunerações adicionais em cada nova reexibição.

A Globo, no entanto, mostrou que as reexibições e vendas de conteúdo estavam previstas em contrato e anexou um comprovante de pagamento que soma R$ 218 mil feitos à atriz entre 2018 e 2024. Maria Zilda, no entanto, diz que não foi informada de forma prévia sobre a presença de seus trabalhos no catálogo do Globoplay e quer que a Justiça defina parâmetros mais claros sobre essas situações.

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“Não estou lutando só pelo que me é devido, mas para que as próximas gerações de artistas não sejam tratadas como meros fornecedores de material bruto para exploração ilimitada”, argumentou Maria Zilda. “Não temo nada. O meu tempo na Globo foi suficiente. Temo, sim, que artistas continuem sendo calados pelo medo e pela dependência”, disse a atriz.

Maria Zilda conta que recebeu apoio dos colegas de profissão. “Muitos colegas ainda têm medo de se posicionar, compreensivelmente, pela força que a Globo exerce no mercado”, disse ela. Para Maria Zilda, a causa vai além do pessoal e busca proteger os direitos de seus colegas também.

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