Quem foi o serial killer que inspirou vilão de ‘O Telefone Preto’?

O Telefone Preto (Foto: Reprodução)

O terror volta às telonas com a estreia de O Telefone Preto 2, que chegou aos cinemas na última quinta-feira (16), prometendo reviver os pesadelos de quem assistiu ao primeiro filme. A continuação dá sequência à história de Finney, o garoto que conseguiu escapar das garras do temido Sequestrador, um serial killer que raptava crianças e as mantinha presas em um porão sombrio. O que poucos sabem é que o vilão mascarado que aterrorizou o público foi inspirado em uma figura real: um dos criminosos mais perturbadores da história dos Estados Unidos.

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A trama nasceu de um conto de Joe Hill, filho do lendário Stephen King, publicado na coletânea Fantasmas do Século XX, best-seller do The New York Times. Na história, um menino de 13 anos é sequestrado por um assassino conhecido como “O Sequestrador” e trancado em um quarto onde há apenas um telefone preto, que misteriosamente toca. Do outro lado da linha, ele ouve as vozes das vítimas anteriores do criminoso, que tentam ajudá-lo a escapar. A adaptação para o cinema, estrelada por Ethan Hawke como o vilão, tornou o conto ainda mais sombrio, misturando terror psicológico, suspense e elementos sobrenaturais.

Quem foi o serial killer que inspirou o Sequestrador?

Mas a origem do personagem vai muito além da ficção. Joe Hill se inspirou diretamente em John Wayne Gacy, o verdadeiro “palhaço assassino”. Gacy foi um dos serial killers mais notórios dos anos 1970, responsável por uma série de crimes brutais que chocaram os Estados Unidos. Nascido em 1942, em Chicago, ele era um homem aparentemente comum: trabalhava com reformas e participava de eventos comunitários, chegando até a fazer trabalho voluntário em hospitais infantis vestido como “Pogo, o Palhaço”. Por trás da maquiagem, no entanto, escondia-se um dos assassinos mais cruéis do século.

Entre 1972 e 1978, Gacy sequestrou, violentou e matou pelo menos 33 jovens. A maioria das vítimas era estrangulada ou asfixiada, e 26 corpos foram encontrados enterrados sob sua própria casa, enquanto outros apareceram em rios e canais de Chicago. O criminoso foi descoberto após o desaparecimento de um adolescente de 15 anos, Robert Piest, cuja investigação levou a polícia até ele. Um dia após ser preso, Gacy confessou todos os crimes com frieza e detalhismo.

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A semelhança com o vilão de “O Telefone Preto” é clara: o carisma que mascara a maldade, a manipulação psicológica e o confinamento das vítimas. No conto original de Hill, o Sequestrador também era um palhaço, exatamente como Gacy. Porém, ao adaptar a história para o cinema, o autor pediu que o personagem fosse transformado em um mágico, para evitar comparações diretas com o clássico “It: A Coisa”, obra de seu pai que também apresenta um palhaço assustador.

John Wayne Gacy foi condenado à morte em 1980. Após 14 anos no corredor da morte, foi executado por injeção letal em 10 de maio de 1994, aos 52 anos. Suas últimas palavras antes da execução foram provocativas e grotescas: “Beije minha bunda”. Até hoje, cinco de suas vítimas permanecem sem identificação.

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