Enquanto a 2ª temporada de The Last of Us se aproxima, prometendo novos horrores com o fungo Cordyceps, a vida real revela que microrganismos podem ser tão fascinantes quanto a ficção — e, em alguns casos, mais perigosos. A HBO elevou o Cordyceps ao status de vilão global, mas a ciência mostra que fungos reais, como o Cryptococcus neoformans e a Candida auris, já desafiam a humanidade com epidemias silenciosas.
O fungo que inspirou o apocalipse zumbi
Na série, o Cordyceps transforma humanos em criaturas controladas por fungos. Na natureza, seu parente real, o Ophiocordyceps unilateralis, faz algo similar — mas só com formigas:
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Zumbificação real: o fungo força a formiga a escalar plantas e morder folhas antes de morrer.
Ciclo sinistro: o microrganismo cresce no cadáver, liberando esporos que infectam novas vítimas.
Sem volta: “a formiga não revive, vira apenas um hospedeiro para o fungo”, explica Mindy Weisberger, autora de Rise of the Zombie Bugs.
A ficção acelera o processo (horas vs. semanas na vida real), mas a mensagem é clara: fungos são mestres em manipulação.
O que esperar da 2ª temporada de The Last of Us?
Os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann prometem aprofundar o terror fungal:
- Estágio ‘stalker’: infectados mais rápidos e inteligentes, com parte do cérebro funcional.
- Contágio por esporos: transmissão aérea aumenta o risco em cenas fechadas.
- Evolução do Cordyceps: “mostraremos como o fungo se adapta”, adianta Druckmann à Empire Magazine.
Fungos reais que assustam a medicina
Enquanto o Cordyceps não infecta humanos, outros fungos são ameaças reais:
Cryptococcus neoformans:
- Onde vive: fezes de pombos e solo.
- Letalidade: mata até 60% dos infectados, segundo a Universidade de Illinois.
Candida auris:
- Resistência: imune a 90% dos antifúngicos, comum em UTIs.
- Alerta da OMS: prioridade máxima para pesquisa desde 2022.
Febre do Vale (Coccidioides):
- Expansão: avança com mudanças climáticas no Brasil e EUA.
Por que fungos são um desafio global?
- Resistência: uso excessivo de antifúngicos na agricultura fortalece patógenos.
- Mudanças climáticas: secas e tempestades espalham esporos.
- Desconhecimento: apenas 10% das espécies de fungos foram catalogadas.
Fungos na cultura e na ciência
A popularidade de The Last of Us impulsionou o interesse por micologia, mas cientistas temem distorções: “Fungos reais são mais complexos que os da TV”, diz Brian Lovett, da Universidade Cornell.
Aplicações positivas: medicamentos (como penicilina), biocombustíveis e embalagens sustentáveis.
Mistérios ancestrais: cogumelos já foram associados a fadas e elfos na mitologia europeia.
Como se proteger?
- Evite umidade: fungos proliferam em ambientes úmidos.
- Use máscaras: em áreas com poeira ou fezes de aves.
- Monitore sintomas: febre persistente e tosse podem indicar infecção.
A nova temporada de The Last Of Us estreia nesse domingo, à partir das 22h00, na HBO Max.