Leandro Stoliar, tido como um dos principais nomes do jornalismo da TV Record, deixou a emissora na última segunda-feira (02). Ao lado de Stoliar, outros profissionais também deixaram a emissora da Barra Funda.
Ao site Audiência Carioca, o profissional contou como foi a demissão e como a Record deu a notícia.“Alegaram uma crise financeira e que eu tinha alto salário. Mas fui muito respeitado e me trataram com muito carinho. Foram 15 anos de um jornalismo com ética, comprometido e combativo”, disse o jornalista.
Ao site, Stoliar lembrou de grandes momentos na TV Record. “Cobri reportagens nos cinco continentes, ganhei prêmios, fui preso em outro país e estive na guerra. Além de ser apresentador do principal jornal da casa. Mas a vida é assim. Ciclos sempre tem um fim. Em breve eu estou de volta”, disse.
Cobertura jornalística
No ano de 2017, Leandro Stoliar foi detido na Venezuela por 30 horas, ao lado do repórter cinematográfico Gilson Fred Oliveira. Os celulares, computadores e câmeras foram confiscados na cidade de Maracaibo.
Na época, a equipe fazia uma reportagem sobre denúncias de corrupção envolvendo financiamento do Banco BNDES.
O jornalista, também foi um enviado especial para cobrir a guerra da Ucrânia, e acompanhou de perto o drama dos ucranianos fugindo da sua terra, desde o início do bombardeio pela Rússia.
Sobrinho-neto de Silvio Santos
Leandro Stoliar, que foi contratado pela Record por 15 anos, era sobrinho-neto do apresentador Silvio Santos (1930-2024). Na época da morte do tio-avô, o apresentador postou uma linda homenagem ao maior apresentador do Brasil. Confira a nota na íntegra logo abaixo.
“Eu tinha 19 anos quando visitei o SBT em SP nesse dia. Já encontrei o Silvio algumas vezes e todas tem história, mas queria contar o dia que o vi no camarim antes do show. Silvio ainda não tinha colocado a maquiagem e quando entrei e pedi pra tirar uma foto com ele, veio aquele ‘VEM PRA CÁ!’ que quebrou todo o meu nervosismo.
Silvio era uma lenda e eu estava na frente dela. Mas o que mais me chamou atenção foi ver como aquele microfone que ele usava era pendurado no pescoço com um elástico!!! Exatamente! Um elástico igual a esses de prender cabelo…. Eu achei aquilo sensacional. Como o cara mais famoso do Brasil e milionário, pendurava o microfone com um elástico? Isso só mostrava a simplicidade do Silvio. Foi essa simplicidade que conquistou o Brasil. Ele foi exemplo de trabalho duro, de carisma, de sucesso.
Silvio não era só o dono da emissora em que eu trabalhava, mas o dono de um estilo que revolucionou a televisão no Brasil. A pessoa que foi enredo de escola de samba. Ele era o rei da tv e eu, um simples repórter que aprendia o que era tv. Foi ou não um privilégio? Foi um privilégio conhecer Silvio Santos. Foi um privilégio trabalhar na empresa do Silvio Santos. Foi um privilégio viver na era de Silvio Santos.
Foi privilégio estar com ele algumas vezes. O resto da história, um dia eu conto…
Hoje é um dia triste para a televisão brasileira. Silvio morre aos 93 anos e deixa um legado indiscutível, uma história extraordinária e uma marca eterna na história do país”.