Em entrevista concedida à Jovem Pan News no dia 29 de julho, o ator Theodoro Cochrane abriu o coração ao falar sobre a constante identificação pública como “filho da Marília Gabriela”. Mesmo expressando orgulho pela trajetória da mãe, figura consagrada na televisão e no jornalismo, o ator revelou que conviver com esse rótulo, ao longo da vida, afetou sua autoestima e dificultou seu reconhecimento como artista independente.
Atualmente, Theodoro divide os palcos com Marília Gabriela na peça “A Última Entrevista de Marília Gabriela”, que tem justamente como foco a imagem pública da apresentadora. A ironia de estar em cena ao lado da mãe, interpretando uma personagem ligada diretamente à sua figura pública, foi o ponto de partida para que o ator compartilhasse esse incômodo antigo. Durante a conversa, ele demonstrou sinceridade ao comentar como essa associação constante pode se tornar exaustiva, apesar de seu carinho pela mãe.
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Identidade ofuscada e reconhecimento próprio
Theodoro explicou que, apesar de admirar profundamente a trajetória de Marília Gabriela, ser constantemente chamado apenas de “filho da Marília Gabriela” já não é algo que o satisfaz. “Nada mais é do que a constatação disso: minha mãe é um ícone, que bom que minha mãe é um ícone e um ícone do qual eu me orgulho. Não é uma pessoa que eu ache ‘uó’, mas é um pouco chato você ter que dizer o tempo inteiro, a vida inteira na rua, todo dia, ‘o filho da Marília Gabriela’. Eu sou o famoso filho da Marília Gabriela. Enche um pouco o saco”, afirmou.
Hoje com mais de 40 anos, o ator destacou que essa identificação limitada acaba por desvalorizar sua própria trajetória artística. Ele disse compreender que o público não faz isso por mal, mas pediu um olhar mais empático sobre os efeitos dessa associação constante em sua construção pessoal e profissional.
“Muita vezes a gente passa por mal educado, arrogante, mas gente, entendam: se alguém, a vida inteira, não te chamam pelo seu nome, te chamam pelo nome da sua mãe, por mais que sua mãe seja maravilhosa, você já tem mais de 40 anos na cara, é um pouco desmerecedor, pelo menos na minha autoestima meio defeituosa. Mas eu já entendi e aceitei”, explicou.